Há poucos dias, um dos mais importantes eventos do mundo sobre
mídias sociais, o Social Media Week (SMW), repercutiu a afirmação de que, com as redes sociais não estamos vivendo uma era de mudanças, mas sim uma
mudança de era. A princípio, a afirmação pode soar um exagero, mas de fato a interação em redes parece estar mudando as bases da sociedade, economia e política.
Talvez agora o maior exemplo disso esteja nos
conflitos árabes. É certo que tentativas de derrubar o governo sempre existiram, mas esta é primeira vez que efetivamente o povo ganha voz. Apenas citando o caso do Egito, que em apenas 18 dias derrubou uma ditadura de mais de trinta anos, o
Twitter e o
Facebook foram as principais ferramentas dos ativitas. Além de utilizar as redes sociais para marcar pontos de encontro e convocar pessoas a participarem dos protestos, os manifestantes repassavam e atualizavam para o mundo todas as notícias do conflito. Tudo isso, mesmo com as tentativas do governo de calar a comunicação: mídias sociais foram bloqueadas e até o executivo da Google no Egito,
Wael Ghonim, foi preso por reunir, em uma página criada no Facebook, milhares de opositores ao regime de Hosni Mubarak.
Esta foto é bastante ilustrativa sobre a contribuição das redes sociais para a vitória dos ativitas. Nela, manifestantes exibem um cartaz agradecendo ao Facebook pela repercussão mundial do conflito. Além disso, na semana passada um egípcio deu à filha o nome de Facebook.
Mas o uso das redes sociais para mobilizar a sociedade e ganhar uma causa não é algo relativamente novo. O grande poder das redes virtuais de network já foi comprovado em 2008, com a vitória política do presidente
Barack Obama. O jovem negro, nascido em Honolulu no Havaí e de sobrenome árabe parecia não ameaçar a disputa que seria travada entre Hillary Clinton e John McCain.
Obama inciou sua camapanha com poucos recursos financeiros e operacionais, mas soube utilizar as
redes sociais certas na hora certa. Ao final, já tinha captado milhões em doações voluntárias e conquistado milhares de segudores e fãs em todo o mundo. No dia da sua vitória, eu fazia intercâmbio na França e nunca vou esquecer como o país e toda a Europa falavam disso. Foi um dia de festa nas ruas, nos bares e, acreditem, até nas igrejas (fui a um culto evangélico em que o tema foi
yes, we can). Naquela época, me perguntava por que aquelas pessoas se sentiam tão íntimas com o novo presidente, tão envolvidas com essa vitória. Claro que o cenário era de esperanças em torno de mudanças radicais, principalmente em virtude da crise financeira iniciada em 2007. Mas o
sentimento de intimidade e vitória compartilhada era típico do que a gente vê hoje com as redes sociais.
Em 2009, a
Riot desenvolveu uma apresentação que reune e conceitua as
principais ações em mídias desenvolvidas por Obama.
E se essas mídias influenciam a sociedade e governos, o mesmo não seria diferente com os
setores econômicos. Hoje, não apenas as grandes empresas estão envolvidas com as redes sociais, mas cada vez mais as pequenas e médias organizações estão engajadas. Por agora, basta apenas citar um exemplo:
Mark Zuckerberg, criador do Facebook, é o jovem mais rico do planeta e já ingressou na seleta lista dos mais ricos do setor tecnológico da revista
Forbes.
Acho que este primeiro post justifica um pouco o meu interesse pelo tema. O objetivo aqui é trazer algumas discussões e tentar entender como realmente as redes sociais afetam o nosso cotidiano.